COVID-19 - Modelo de propagação da doença em Portugal
COVID-19 - Modelo de propagação da doença em Portugal,
O modelo utilizado é uma versão generalizada de uma família de modelos epidemiológicos de tempo discreto, que foi especialmente modificada para representar a dinâmica de transmissão do SARS-COV-2, o vírus que causa a doença COVID-19.
O modelo visa estimar a taxa de risco de cada concelho de Portugal, levando em consideração: (I) a dinâmica de transmissão do SARS-COV-2, (II) os padrões de mobilidade recorrente em Portugal e (III) a demografia da população portuguesa.
Para a dinâmica de transmissão do vírus, usamos um modelo compartimental, o que significa que a população é dividida em compartimentos de acordo com seu estado epidemiológico:
- Suscetível: indivíduo que não contraiu a doença, mas pode contraí-la.
- Exposto (latente): indivíduo que está infetado, mas ainda não é infecioso nem tem sintomas. Está no início do período de incubação.
- Assintomático (ou com sintomas leves): indivíduo que já está infetado e infecioso, mas não apresenta sintomas relevantes facilmente identificáveis.
- Infetado: indivíduo que tem sintomas e é capaz de transmitir o agente etiológico da doença a outros indivíduos.
- Recuperado: indivíduo que não tem mais sintomas e não é mais infecioso. Assume-se que não pode voltar a contrair o vírus, porque se recuperou da infeção e desenvolveu imunidade ou então porque faleceu.
As transições entre compartimentos são reguladas pelas taxas de transmissão, recuperação etc., que derivamos dos estudos COVID-19 publicados até o momento.
Para a mobilidade, utilizamos dados, devidamente anonimizados, fornecidos pela NOS, que correspondem às viagens feitas numa lógica diária entre concelhos e dentro dos concelhos. Este conjunto de dados quantifica o fluxo médio entre todos concelhos de Portugal no mês de janeiro de 2020. Incorporamos a mobilidade ao modelo porque consideramos essencial entender como uma infeção se dissemina pelo território. O modelo permite simular diferentes cenários de restrições (locais ou globais) na mobilidade, e calcular os riscos resultantes depois da imposição de tais restrições.
Mapa de risco
O mapa de risco gerado com o modelo produz um indicador para cada concelho da fração da população que se estima ter contraído a infeção por SARS-COV-2 através do contágio comunitário. Os concelhos sombreados em cinza correspondem a concelhos para os quais não há dados disponíveis.
Autores
Coordenadores do projeto
Alex Arenas (Universitat Rovira i Virgili, Tarragona, Spain)
Jesús Gómez-Gardeñes (Universidad de Zaragoza, Zaragoza, Spain)
Investigadores participantes
Wesley Cota (Universidade Federal de Viçosa, Minas Gerais, Brazil)
Sergio Gómez (Universitat Rovira i Virgili, Tarragona, Spain)
Clara Granell (Universidad de Zaragoza, Zaragoza, Spain)
Joan T. Matamalas (Harvard Medical School, Boston, USA)
David Soriano-Paños (Universidad de Zaragoza, Zaragoza, Spain)
Benjamin Steinegger (Universitat Rovira i Virgili, Tarragona, Spain)
Colaboradores
Seção Portugal
Nuno Araújo (Centro de Física Teórica e Computacional, Faculdade de Ciências, U Lisboa, Portugal)
Hygor Piaget Melo (Centro de Física Teórica e Computacional, Faculdade de Ciências, U Lisboa, Portugal)
Parceiros: NOS, Data Science Portuguese Association, e Closer Consulting
Seção Brasil
Wesley Cota (Universidade Federal de Viçosa, Minas Gerais, Brazil)
Silvio C. Ferreira (Universidade Federal de Viçosa, Minas Gerais, Brazil)